Estamos no mês de novembro, quando o sol escaldante resseca todo o chão nordestino e de modo especial nosso Semi-árido. Tempos de enormes dificuldades e procura de alternativas para sobrevivência do sertanejo. É tempo de se fazer observações sobre o comportamento da natureza: estrelas, insetos (formigas e cupins), matas (angicos, mandacarus, aroeiras, juazeiros, etc) e aves, enfim, tudo que possa alimentar esperanças com o sentido de suplantar a dor e sofrimento dos sertanejos.
Com esse sentimento, fui sacudido por uma interpretação singular no programa "Sr. Brasil" do Rolando Boldrin nesta tarde-noite e fui buscar a letra desse poema musicado pelo saudoso e sempre presente Luís Gonzaga. Assim, colo abaixo a "Súplica Cearense" dos compositores: Gordurinha e Netinho.
SÚPLICA CEARENSE
COMPOSITORES: Gordurinha e Netinho
Oh!Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar
Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há
Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão
Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração
Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar
Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará.
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