Maria Aparecida Fernandes Pascoal (Professora Cidinha)
Luis Gomes − cujo nome é uma homenagem ao seu fundador, o Tenente Coronel Luis Gomes de Medeiros, natural de Caicó, que chegou a essa região, no ano de 1756, com o objetivo de edificar raízes e construir o futuro − recebeu como primeiro nome Serra do Senhor Bom Jesus. O seu escravo Jacó cuidou das primeiras plantações e da construção das primeiras e pequenas casas, dando, assim, inicio à povoação.
Com o passar dos anos, os moradores da localidade decidiram homenagear o desbravador caicoense batizando a Serra de então com o nome de Luis Gomes. Em cinco de julho de 1890, por meio da Lei Nº 31, Luis Gomes foi emancipado do município de Pau dos Ferros e tornou-se município autônomo do Estado do Rio Grande do Norte. Luís Gomes tem uma área de 181,5 km² e uma altitude de 653m. A distância da sede do Município até a capital do Estado, Natal, é de 524 km.
Uma geração constrói as estradas por onde as outras trafegarão.
Em Luís Gomes não foi diferente. Os primeiros moradores edificaram casinhas de sapê, trocavam produtos e mercadorias lançando os embriões de um vigoroso comércio futuro, cultivavam plantações, cujos cereais e frutos lhes serviam de alimentos, da pecuária extraíam produtos fundamentais para o seu sustento - especialmente o leite e a carne.
Tudo isso marcou o inicio de uma história que hoje se concretiza sob a égide do progresso e do desenvolvimento. Parafraseando William Shakespeare pode-se dizer que “o tempo é algo que não volta atrás, por isso a persistência é o caminho do êxito. Faz-se necessário que plantemos o nosso jardim para decorar nossa alma... ao invés de esperar que alguém nos traga flores”.
Oh, Luís Gomes!
Orgulha-te da determinação e do caráter do teu povo!
Regozija-te, e agradece à Mãe Natureza, por tuas condições geográficas especiais e singulares, que te permitem revelar ao mundo a exuberância da tua fauna e flora, das tuas paisagens e dos teus poéticos e promissores horizontes. Algumas de tuas belezas, outrora tímidas e encobertas, como o Mirante, o Balneário do Riacho Relo e o Alto do Tambor, foram definitivamente descortinadas e hoje são uma realidade, são pontos de atração, de embevecimento, de orgulho, verdadeiros portais de progresso e desenvolvimento.
Luis Gomes por tradição é uma terra hospitaleira. A cidade escancara as suas portas, numa profusão contagiante de alegria e de júbilo para abraçar os seus filhos, seus admiradores e seus visitantes.
Oh, filhos desta terra!
Filhos que permanecem ligados a este rincão por um cordão umbilical que a força do tempo não destrói e faz com que, a cada temporada, todos voltem às suas origens para sentirem o frio encantador, o cheiro da terra, os pingos da chuva, o charme e o aconchego das manhãs e noites enevoadas; para verem a beleza das gotas de orvalho, do crepúsculo que suavemente faz adormecer o astro-rei, para verem o luar do nosso sertão, mas, sobretudo, para se confraternizarem com os seus familiares, amigos e conterrâneos e para receberem as bênçãos de sua padroeira Senhora Santana. Avante terra querida! O progresso é a tua sina!
Bom dia minha princesa encantada! Bom dia meu pedacinho do céu, encravado no cume dessas terras altaneiras, banhado pela neblina característica desse período invernoso, porém aquecida pelo sol reluzente que fertiliza os seus campos e emana energia ao seu povo.
Ao despertar, nessa manhã de aniversário, recebe chuvas de bênçãos e de graças advindas do nosso Criador, que nos concede o privilégio deste presente… E aqui se invertem os papeis, pois é o aniversariante que oferece dádivas e, para merecê-las, seus filhos se empenham na luta pela dignidade, pelo progresso e pelo desenvolvimento deste rincão que nasceu à sombra da fé, numa humilde capelinha, dedicada a excelsa padroeira senhora Santana, a Santana Gloriosa que recebe as nossas súplicas e nos acolhe com carinho maternal.
Tenho contigo Luis Gomes um caso de amor… A sua história se confunde com a minha, não só pelo fato de haver nascido nesse sagrado chão e pela feliz oportunidade de haver contribuído para a educação do seu povo, mas acima de tudo por ter sido em Luis Gomes que adquiri experiências novas, amadureci projetos de vida, que me condicionaram à orientação da minha família no caminho da ciência, da dignidade, da paz e da justiça.
Voltar a Luís Gomes é, como diz o cantor, rever os verdes campos do lugar, é sentir o cheiro do mato, da terra molhada, é saborear a pinha, o caju, a tapioca, o beju, a rapadura, é caminhar a esmo pelas ruas e pelo mercado público nas feiras de domingo, é participar do novenário de Santana, é aprender nas homilias de Padre Osvaldo e de outros tantos inspirados sacerdotes, é admirar o show pirotécnico no pátio da igreja após a sagrada missa, é se entusiasmar nos leilões apregoados pelo mestre Tião, é se emocionar com os acordes retumbantes da nossa banda de música “Dr. Vicente Lopes”, é sorrir no reencontro com os amigos, filhos ausentes, compadres, comadres, afilhados, ex-alunos, colegas de profissão, com os populares... Voltar à minha terra é tudo isso, mas é também curtir as saudades, saudades de tantos momentos fotografados pela lente da emoção e que estão guardados num valoroso baú chamado coração.
Estar aqui é também ter saudades do futuro. É renovar as esperanças. É saber que as gerações de homens públicos e cidadãos de bem continuarão trilhando o caminho da ética, da fraternidade, da generosidade e do desenvolvimento.
Luis Gomes, terra abençoada! A você, a minha eterna gratidão e minha eterna saudade